quinta-feira, 21 de agosto de 2014

COMO É CRUEL O PRECONCEITO SOCIAL




            ….E mais um dia comum na maternidade como outro qualquer... Seria, se não fosse eu receber e admitir ao final da tarde a paciente Irene*.


            Aos escutar comentários de colegas a respeito da aparência e sexualidade da paciente, me instiguei e decidi atendê-la e tentar uma aproximação, pois sei que não é qualquer profissional que está preparado psicologicamente para se abster de preconceitos na hora do atendimento. Então fui lá, me apresentei e começamos a conversar. Uma paciente fechada, com o jeito e aparência socialmente construído de um homem, exceto pelo barrigão de gestante. Notava-se claramente uma retração, uma postura de defensiva, timidez em excesso.


            Conversamos sobre diversas coisas e queria chegar ao ponto de entender o porquê, aquele ser humano que paga impostos e está inserido no mesmo país que eu , sob o respaldo da mesma lei constitucional, não havia realizado o seu Pré-natal, o acompanhamento da gravidez.


            Finalmente quando ganhei sua confiança, indaguei o motivo, e a resposta me atingiu como uma facada: “Não fiz porque eu tinha vergonha de ir nas consultas como eu sou”. Eu realmente entendi seu motivo e na hora até disse que os profissionais não costumam apresentar preconceito quanto a isso (pelo menos diante das pacientes), e ela retrucou falando que além disso, o problema era a fila e as outras gestantes.


            Consegui conquistar uma relação de confiança e concluir a conversa de maneira que ela se sentisse à vontade naquele local, no local onde era teria seu bebê, segundo ela tão desejado.

Claro que conversamos sobre cada detalhe de porque engravidou, de quem, mas agora, gostaria de focar em um ponto apenas: na privação de seu direito.


            Naquele dia saí de lá bem reflexiva e fiquei bastante tempo com aquilo na cabeça...

O quanto a sociedade é cruel. A que ponto chegamos! Fazer comentários, olhar diferente, rir de uma pessoa que não se enquadra num modelo atual imposto por algum padrão pré-determinado na sociedade, acaba sendo um comportamento recorrente, independente se isso afeta tão profundamente a vida de uma pessoa. Independente se essa pessoa, vai deixar de cuidar de sua saúde, ou entrar em depressão, ou ser infeliz por conta do preconceito de outras pessoas que se dizem “normais”.


            Gente, estamos todos respaldado pela mesma lei, então teoricamente deveríamos ter a mesma liberdade de acesso. Restringir isso, mesmo que de forma indireta é desumano. Agora temos uma gestante que se identifica homossexual, pobre, sem ter acompanhado sua gestação, podendo ter consequências para o resto de sua vida e da vida de seu filho.


            Vamos acordar pra realidade, somos todos humanos, somos todos diferentes. A diferença entre uma pessoa assim e você, é a coragem! A coragem de assumir algo que no seu interior vai de encontro ao que é imposto socialmente. Todos temos nossos “demônios interiores”. Todos temos vontades que não convém à sociedade... Só que esconder isso e julgar quem tem coragem de tentar ser feliz, é indigno! Desde que não façamos o mal para terceiros deveríamos ser como gostaríamos de ser, sem precisarmos nos privar por causa da opinião dos politicamente corretos.


            Para mim, como profissional da saúde , é triste ver uma pessoa se escondendo da sociedade e com isso se privando do direito que o Estrado lhe oferece de cuidar de sua saúde. E pior, isso refletir em uma segunda vida, no seu filho, que nada tem haver com a cultura social que o receberá ao mundo!



 * Nome fictício

Fernanda Sandes - Residente em Enfermagem Obstétrica.

domingo, 10 de agosto de 2014

Projeto de Lei do Jean Wyllys dispõe sobre a humanização da assistência à mulher e ao neonato durante o ciclo graívdico-puerperal



Recentemente o deputado Jean Wyllys criou o projeto de lei que dispõe sobre a humanização da assistência à mulher e ao neonato durante o ciclo gravídico-puerperal.

Inicialmente o projeto traz em seu texto a defesa da humanização do atendimento à mulher, ao respeito, e acesso aos seus direitos, se baseando em algumas leis, políticas e resoluções que tratam desse assunto.

O projeto discursa bem sobre a humanização e fixa bem a ideia de respeito a gestante, puérpera e recém-nascido.

Inova ao sugerir através de portaria, criação de Comissões de Monitoramento do Índice de Cesarianas e das Boas Práticas Obstétricas –CMICBPO, representando as esferas, federais, estaduais, municipais e as demais instituições. 

O objetivo geral dessa comissão é poder acompanhar e observar os casos de cirurgias cesarianas desnecessárias e os casos de violência obstétrica, oferecendo suporte gerencial às instituições para ajudá-las na redução de seus índices, investigando as causas clínico-obstétricas e os profissionais responsáveis pelo índice elevados de cesarianas, visando que o país adeque suas taxas nacionais de cesariana aos valores preconizados pela OMS (15%), e reduzam a índices mínimos os eventos de violência obstétrica, atendendo a padrões internacionais de qualidade dos serviços obstétricos.

Primeiramente a comissão comunicará em caráter de alerta as instituições que ultrapassarem o valor limite dos índices de cesarianas no período avaliado pela CMICBPO, oferecendo suporte para redução dos índices. Caso a instituição ultrapasse esse índice recomendado por três vezes consecutivas, a CMICBPO iniciará uma sindicância para investigar as causas e os profissionais responsáveis pelos índices elevados.

A instituição deverá atender as recomendações da CMICBPO no prazo estabelecido, e terá até 90 (noventa) dias para reduzir inicialmente seus índices de cesariana, e caso não apresente essa redução a CMICBPO respectiva deverá encaminhar denúncia, por escrito e fundamentada, ao Ministério Público, em instância competente, indicando, uma das seguintes punições:

I- suspensão temporária de financiamento público para a realização de cesarianas, para instituições pertencentes ao Sistema Único de Saúde (SUS) ou a ele vinculadas, por um prazo inicial de 30 (trinta) dias, podendo esta suspensão ser mantida por tempo indefinido ou revogada, de acordo com parecer circunstanciado da CMICBPO;

II - proibição temporária de realização de cesarianas, para instituições privadas ou filantrópicas, por um prazo inicial de 30 dias, podendo esta proibição ser mantida indefinidamente ou revogada, de acordo com parecer da CMICBPO.

Acho importante e inovador a criação de Comissões para acompanharem de perto e fiscalizarem o atendimento obstétrico no Brasil, visto que somos o país que lidera o ranking mundial de cirurgias obstétricas. Acho válido ter uma atenção voltada para essa fiscalização. 

Porém,o termo humanização significa, ser humano,encarar com respeito as escolhas, saber ouvir, informar, repeitar etc. 

Não concordo com penalização que o projeto traz em cortar verbas e proibir a realização de cesarianas. Sabemos que a grande maioria da cesarianas são realizadas sem indicações, por conveniência dos médicos ou planos de saúde (que desestimulam muitos profissionais ao pagarem um valor vergonhoso por cada parto vaginal realizado) que acabam se aproveitando da falta de informação técnica e científica das mulheres para as convencerem de ir para a mesa de cirurgia. Sabemos também que o parto normal é divulgado pela grande mídia como sinônimo de sofrimento, essa é a cultura imposta hoje referente a esse assunto e por isso muitas vezes as mulheres tendem a preferir a cesariana. É importante dizer que toda tecnologia e evolução da ciência e válida para vir nos dá soluções para problemas, salvar vidas. A cesariana é muito bem vinda em casos que não há chance de ser realizado o parto via natural, por risco de vida da mãe ou do bebê.

Estudos científicos mostram que são muitas as vantagens do parto normal para o binômio mãe e filho, e também são muitas as desvantagens da cirurgia extremamente invasiva que é a cesariana. Mas apesar de toda defesa a favor do parto normal, eu defendo primeiramente o acesso à informação e a escolha consciente. Hoje em dia o cenário é: as mulheres vão para a cirurgia por indicações falsas ditas pelos médicos, por acreditarem que dói menos, por acreditarem que será o melhor para si e para seus filhos. Sem o acesso às informações elas ficam mais suscetíveis à serem manipuladas e induzidas. Ao meu ver o cenário ideal seria: todas saberem as reais situações que indicam uma cirurgia, saberem os prós e os contras de cada opção de parto, seja ele natural, normal, domiciliar, hospitalar ou cesariana, e mediante a isso, poderem fazer escolhas conscientes do que querem.

Com essa penalização que o projeto sugere, proibindo as cesáreas e cortando a verba, o que aconteceria com as pessoas que precisassem de uma cesárea por indicação real naquele momento?

Acredito sim que deve ser estimulado a diminuição do número de cirurgia, mas não dessa maneira. Entendo que é uma situação emergencial, mas penalizar desse modo pode trazer prejuízos à escolha da mulher que mesmo consciente não poderia escolher o parto que deseja, isso não seria humanização. 

Uma mulher que conhece seus direitos, está informada sobre os tipos de parto, seus prós e contras, e ainda assim não pode optar pela via que ela se sente mais segura é falta de liberdade de escolha, pois nesses casos o hospital não poderia realizar cesarianas somente pela escolha das mulheres.

Fato é que, infelizmente hoje em dia muitas mulheres optariam pela cesariana, mas por conta de nossa cultura do medo da dor e do estímulo à mercantilização de assistência à saúde, e medicalização de um processo natural. Acredito que há outras vias para tentar controlar essa situação que não seja tirar o direito de escolha consciente. Obrigar que os planos de saúde cubram parto naturais, fazer um trabalho de estímulo à informação e ao conhecimento sobre todas as vantagens do parto normal com a mulher a partir do momento da descoberta da gravidez, informar sobre seus direitos, estimular a denúncia em casos de violência são um dos caminhos alternativos para a mudança desse cenário aos poucos, porém sem proibira liberdade de escolha.

Importante frisar que acho muito válido o papel da comissão de ajudar e orientar a instituição com medidas para diminuir o índice de cirurgia. Esse apoio e fiscalização é importante.

Um ponto importante do projeto é o artigo 17 do projeto, onde encontra-se a defesa de uma responsabilização civil e criminal para os profissionais que praticarem violência obstétrica:

Art. 17 – Todos os casos de violência obstétrica praticados pelos profissionais da equipe de saúde serão relatados à ouvidoria dos serviços de saúde e às Comissões de Monitoramento dos Índices de Cesarianas e de Boas Práticas Obstétricas -CMICBPO, e constituem infração à legislação sanitária federal, implicando 

obrigatoriamente na aplicação das penalidades previstas nesta Lei ao estabelecimento de saúde.

§ 1º - Os e as profissionais de saúde que praticarem atos de violência obstétrica 

ficam pessoalmente sujeitos à responsabilização civil e criminal decorrente de suas 

condutas

Acho muito válido isso, pois em uma relação de poder onde o profissional de saúde encontra-se na situação dominante, a mulher, o lado mais fraco, tem que ter seus respaldo legais.

Outro ponto abrangido pelo projeto e que acho primordial para a mudança de postura da sociedade é a informação / educação. Divulgando conhecimento estaremos deixando as pessoas livres para fazerem escolhas conscientes do que querem e exigir os seus direitos. Isso é inicialmente abordado no artigo 18 :

– Todos os estabelecimentos de saúde que prestarem atendimento ao parto e nascimento deverão expor cartazes informativos contendo as condutas humanizadas elencadas nas diretrizes desta Lei.

§ 1º - Os cartazes previstos no caput deste artigo deverão conter informação referente aos órgãos para a denúncia de ocorrência de violência obstétrica, além de orientações sobre como a mulher agredida deve proceder nesses casos.

§ 2º - Equiparam-se aos estabelecimentos hospitalares, para os efeitos desta Lei, as unidades básicas de saúde, as maternidades, os centros de parto normal, os consultórios médicos e de enfermagem, sejam públicos ou da iniciativa privada, e o ambiente domiciliar por ocasião de parto em casa

No geral acho o projeto bem válido em querer trazer uma diminuição dos índices de cesáreas sem indicações reais, fiscalizando e orientando, porém não concordo com as penalidades apresentadas.

Acredito que poderia conter no projeto mais foco em educar às sociedade em geral, mas primeiramente às gestantes desde de o início da gravidez sobre o que é, quais as vantagens e desvantagens, como funciona, os partos por diferentes vias, podendo utilizar atividades lúdicas, vídeos, filmes, depoimentos nas salas de espera do pré-natal.

Mas independente das considerações realizadas palmas para o deputado Jean Wyllys, que se mostrou interessado em fazer algo por essa situação crítica no Brasil, combatendo a mercantilização da saùde na área obstétrica. Torço para que o projeto possa ser aprovado, porém com algumas retificações do que mencionei anteriormente.

 Abaixo coloco o link do projeto na íntegra.

domingo, 3 de agosto de 2014

Violência Obstétrica


Coletânea de vídeos que abordam a temática de forma a se fazer explicar o que é a violência obstétrica, como identificá-la e combatê-la.

Abaixo dos vídeos, indico as leis citadas no documentário, para quem tiver interesse em se aprofundar.



A dor além do parto





JC Debate sobre Violência Obstétrica



Violência Obstétrica- a voz das Brasileiras



Após assistir esses vídeos não tem como não entrar na causa e querer lutar pelo direito da mulher em ter um parto seguro e com respeito! Queremos e iremos ser ouvidas!!


Lei do acompanhante 11.108 / 05

Política Nacional de Atenção Obstétrica e Neonatal

terça-feira, 29 de julho de 2014

Recomendações para o Parto Normal - OMS




Vamos divulgar. Utilidade Pública. 

Precisamos saber nossos direitos, o que é melhor para nós para podermos fazer escolhas conscientes.



Recomendações para o Parto Normal - OMS

A. Condutas que são claramente úteis e que deveriam ser encorajadas 

B. Condutas claramente prejudiciais ou ineficazes e que deveriam ser eliminadas

C. Condutas sem evidência suficiente para fomentar uma recomendação e que, deveriam ser usadas com precaução, enquanto pesquisas adicionais não as tornarem evidentes

D. Condutas frequentemente utilizadas de forma inapropriadas

A. Condutas que são claramente úteis e que deveriam ser encorajadas 

1. Elaboração de um plano pessoal que determine onde e por quem será assistido o nascimento, a realizar em conjunto com a mulher durante a gravidez, o qual deverá ser compartilhado com o seu companheiro, e se possível, com a restante família. 

2. Avaliar os fatores de risco da gravidez durante o cuidado pré-natal, reavaliado a cada contacto com o sistema de saúde e durante todo o tempo, desde o primeiro contato com o técnico de saúde, até ao trabalho de parto e parto. 

3. Acompanhar o bem-estar físico e emocional da mulher ao longo do trabalho de parto e parto, assim como o desfecho do processo do nascimento. 

4. Oferecer líquidos orais durante o trabalho de parto e parto.

5. Respeitar a escolha informada pelas mulheres do local do nascimento. 

6. Prever cuidados durante o trabalho de parto e parto onde o nascimento será possivelmente realizado com segurança e confiança para a mulher. 

7. Respeitar o direito de isolamento das mulheres no local do nascimento. 

8. Enfatizar o apoio dado pelos técnicos de saúde durante o trabalho de parto e parto. 

9. Respeitar a escolha de companhia durante o trabalho de parto e parto. 

10. Oferecer às mulheres muita informação e explicações sobre o que elas desejarem. 

11. Não utilizar métodos invasivos, nem métodos farmacológicos para alívio da dor durante o trabalho de parto e parto e sim métodos como massagem e técnicas de relaxamento.

12. Fazer monitorização fetal com auscultação intermitente. 

13. Usar materiais descartáveis ou realizar desinfecção apropriada de materiais reutilizáveis ao longo do trabalho de parto e parto. 

14. Usar luvas no exame vaginal durante o nascimento do bebé e na dequitadura da placenta. 

15. Dar liberdade na seleção da posição e movimento durante o trabalho de parto.

16. Encorajar posição não deitada de costas no parto.

17. Acompanhar cuidadosamente o progresso do trabalho do parto, por exemplo pelo uso do Partograma da OMS. 

18. Utilizar ocitocina profilática na terceira fase do trabalho de parto em mulheres com um risco de hemorragia pós-parto, ou com risco eminente, ainda que por pequena perda de sangue.

19. Esterilizar adequadamente o corte do cordão. 

20. Prevenir hipotermia do bebé. 

21. Realizar precocemente contacto pele a pele, entre mãe e filho, dando apoio na iniciação de alimentação ao peito dentro de 1 hora do pós-parto, conforme diretrizes da OMS sobre alimentação ao peito. 

22. Examinar rotineiramente a placenta e as membranas. 

B. Condutas claramente prejudiciais ou ineficazes e que deveriam ser eliminadas 

1. Uso rotineiro de enema ( clíster de limpeza). 

2. Uso rotineiro de raspagem dos pelos púbicos. 

3. Infusão intravenosa rotineira em trabalho de parto.

4. Inserção profilática rotineira de via intravenosa. 

5. Uso rotineiro da posição supina (deitada de costas) durante o trabalho de parto. 

6. Exame retal. 

7. Uso de radiografia pélvica. 

8. Administração de ocitócicos a qualquer hora, antes do parto, de tal modo que o efeito não possa ser controlado. 

9. Uso rotineiro de posição de supina (deitada de costas) com ou sem estribos durante o parto. 

10. Contínuo uso de puxos dirigidos (manobra de Valsalva) durante o período expulsivo. 

11. Massagens ou estiramento do períneo durante o parto.

12. Uso de tabletes orais de ergometrina na dequitadura para prevenir ou controlar hemorragias. 

13. Uso rotineiro de ergometrina parenteral na dequitadura.

14. Lavagem rotineira do útero depois do parto. 

15. Revisão rotineira (exploração manual) do útero depois do parto. 


C. Condutas sem evidência suficiente para fomentar uma recomendação e que, deveriam ser usadas com precaução, enquanto pesquisas adicionais não as tornarem evidentes

1. Método não farmacológico de alívio da dor durante o trabalho de parto, como ervas, imersão em água e estimulação nervosa. 

2. Uso rotineiro de amniotomia precoce durante o início do trabalho de parto. 

3. Pressão do fundo do útero durante o parto. 

4. Manobra relatada para proteger o períneo e retenção da cabeça do feto no momento do nascimento. 

5. Manipulação ativa do feto no momento de nascimento. 

6. Utilização de ocitocina rotineira, tração controlada do cordão ou combinação de ambas durante a dequitadura.

7. Corte precoce do cordão umbilical. 

8. Excitação do mamilo para aumentar contrações uterinas durante a dequitadura.

D. Condutas frequentemente utilizadas de forma inapropriadas 

1. Restrição de comida e líquidos durante o trabalho de parto. 

2. Controle da dor por agentes sistêmicos. 

3. Controle da dor através de analgesia epidural. 

4. Monitorização fetal eletrônica. 

5. Utilização de máscaras e vestidos estéreis durante o atendimento do parto. 

6. Exames vaginais frequentes e repetidos especialmente por mais de um assistente.

7. Aumento de ocitocina. 

8. Movimentar rotineiramente a parturiente para um quarto diferente para ser atendido o parto. 

9. Cateterização da bexiga. 

10. Estímulo para "puxos quando a dilatação ainda que completa ou quase completa do colo forem diagnosticadas, antes que a mulher sinta o desejo para puxar. 

11. Aderência rígida a duração estipulada para segunda fase do trabalho de parto, como 1 hora, mesmo se as condições maternas e do feto forem boas e se houver progresso do trabalho de parto.

12. Parto operatório (cesariana) . 

13. Uso liberal ou rotineiro de episiotomia. 

14. Exploração manual do útero depois do parto. 


A categorização destas condutas, encontram-se no capítulo 6 do Guia Prático para a Assistência ao Parto Normal, e foram elaboradas, em sequência da reflexão do Grupo de Trabalho da OMS para o Parto Normal, após análise e debate das melhores práticas, tendo em conta as evidências existentes, no momento da sua elaboração. No guia encontra os fundamentos para cada uma das condutas mencionadas.


Encontra o manual completo, no site:

Em ingles: http://www.who.int/reproductive-helth/publications/MSM_96_24/MSM_96_24_table_of_contents.en.html

Em brasileiro: http://www.maternatura.med.br/omsinteiro.htm#1.%20INTRODUÇÃO

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segunda-feira, 28 de julho de 2014

“Grávida, pobre e negra” – quando a violência e omissão obstétrica matam e parir vira uma questão de coragem


por Juliana Gonçalves •  em 24 abr, 2014 •  3


Reparação simbólica e reconhecimento da sua morte evitável. Pela melhoria da qualidade do atendimento à saúde das mulheres”. Esses são os dizeres da placa que nomeia o espaço de convivência do Hospital Estadual da Mãe, no município de Mesquita, no Rio de Janeiro. Acima, se lê “Alyne da Silva Pimentel”.

Li o texto a seguir semana passada na página Blogueiras Negras. Gostei das questões abordadas e por isso vem compartilhar e fazer algumas considerações. As considerações marquei de vermelho e coloquei entre o texto para ser de fácil identificação.
Alyne-Pimentel (1)
Alyne Pimentel
Alyne já devia se sentir mãe de seu bebê de seis meses, quando foi apenas medicada e encaminhada para casa apesar das fortes dores abdominais, náusea e vômito. Imagino a preocupação e medo que sentiu. Dois dias depois, voltou à Casa de Saúde Nossa Senhora da Glória de Belford Roxo (RJ) onde foi constatado que ela carregava um bebê morto. Não operaram Alyne. Induziram seu parto e só 14 horas depois de dar à luz a uma criança morta, Alyne foi operada para retirada da placenta. Já era tarde, a jovem já tinha hemorragia e vomitava sangue. Tentaram transferi-la para outra unidade médica. Mas Alyne teve que esperar oito horas pela ambulância e chegou ao Hospital Geral de Nova Iguaçu já em coma. A moça morreu cinco dias depois de buscar ajuda hospitalar pela primeira vez. O laudo médico assinala a morte por hemorragia interna. Lendo isso parece que a morte da moça foi quase natural. Mas Alyne não morreu, ela foi morta em 2002, graças a uma sucessão de erros e descaso no atendimento obstétrico.

Os requintes de crueldade do caso Alyne chocaram a população e, em 2011, o estado brasileiro foi condenado pelo Comitê para Eliminação de todas as Formas de Discriminação contra a Mulher (Cedaw) das Nações Unidas a cumprir uma série de recomendações em relação ao caso, como indenizar a família da paciente e garantir o direito das mulheres à maternidade segura e ao acesso adequado a procedimentos obstétricos.
Em março deste ano, a família de Alyne recebeu a reparação financeira (R$ 131 mil reais).Não quero que aconteça com ninguém o que aconteceu com a minha filha”, afirmou a mãe Maria de Lurdes Pimentel.
A moça negra, pobre e moradora da Baixada Fluminense tornou-se símbolo da luta contra a violência obstétrica. Violência marcada não pela falta de acesso, mas sim, pela falta de qualidade e humanização do atendimento.
Negra, pobre e moradora de área periférica, a descrição de Alyne se encaixa perfeitamente com a minha. Sua imagem em preto em branco surgiu na minha mente dias depois de descobrir que estava grávida. O medo de um pré-natal no SUS, de não ter um atendimento respeitoso, de ter a minha saúde e a do meu bebê negligenciada fixou na minha mente o rosto daquela jovem de 28 anos como eu, grávida de seis meses como eu, negra, como eu.
É triste como profissional de saúde e defensora da humanização, ter ciência que em geral as pessoas temem o SUS. É compreensível, pois a mídia adora reforçar a ideia que o SUS não presta. Que nada melhor do que um plano de saúde! O SUS tem muitas falhas, erros, dificuldades, assim como qualquer instituição de saúde seja particular ou conveniados ao plano de saúde.
A diferença é que há um interesse em que o SUS seja visto como ineficiente sempre. Há um interesse que a rede particular seja “a solução para a segurança de sua família”, mas quem já precisou ficar horas esperando atendimento em uma emergência particular, em um consultório ou sem vagas para internação no plano de saúde, sabe que não é bem assim... Quem conhece de perto as redes particulares, sabe que há muito marketing envolvido. É a mercantilização da saúde.
Eu particularmente devo à vida de minha vó hoje com 80 anos e com milhares de problemas crônicos e sério, ao SUS. Claro que reconheço que infelizmente ainda temos muito que melhorar, mas acredito que o caminho seja lutarmos pela qualidade do SUS, por melhorias políticas, e não nos convencermos que a rede particular seja a única solução e com isso ligar um dana-se para a classe que só tem o SUS como opção.
Acho interessante o cenário atual da obstetrícia quando se compara o público com o particular. É como se hoje em dia pudéssemos separar: quem quer um parto normal vai para o SUS, quem quer um parto cesárea vai para a rede particular.
Quem tem condições financeiras, ainda pode optar por um prato cesárea desumanizado na rede particular ou um parto normal com sorte de cair em um hospital da rede cegonha que apoio a humanização. Isso em linhas gerais, claro.
O cenário ideal em minha opinião seria a educação e divulgação do conhecimento sobre os benefícios do parto normal, para as mulheres como donas de seu corpo, pudessem optar de forma consciente qual parto preferem ter, sem ser enganadas por mitos e precisar aceitar o desrespeito humano nesse momento único de sua vida.
Infelizmente, esse medo também está embasado em números desumanos. Dados da pesquisa “Mulheres brasileiras e gênero nos espaços público e privado”, realizada pela Fundação Perseu Abramo (2010), revelou que 25% das mulheres relataram algum tipo de violência durante o atendimento ao parto. Aqui estão incluídos xingamentos, realização de procedimentos dolorosos sem aviso e/ou consentimento, gritos, impedimento da presença do companheiro/a, entre outros. Ao falarmos apenas da rede pública, a violência obstétrica é citada por 74% das mulheres.
Infelizmente creio que a taxa acima citada em seja sub-notificada pois nem todas as mulheres sabem identificar a violência obstétrica, que vai muito além de violência física ou psicológica.
O Ministério da Saúde afirma que hoje a mortalidade materna fica na razão de 78 a cada 100 mil partos.  Diferente do que pode parecer, esse número não é baixo. Prova disso foi a afirmação da Organização Mundial de Saúde (OMS) de que o Brasil ainda é responsável por cerca de 20% das mortes de grávidas que ocorrem todos os anos na América Latina e no Caribe.
Até mesmo o Ministério da Saúde já assumiu que essas mortes de mulheres são evitáveis em 92% dos casos, e que mulheres negras possuem mais chances de morrer por causas relacionadas à gravidez, parto ou pós-parto. A mortalidade materna de mulheres negras está 65% acima da de mulheres brancas[1]. Ou seja, o racismo institucional hierarquiza a vida dessas mulheres e reproduz na área da saúde as desigualdades tão profundamente enraizadas que atingem diretamente a qualidade do atendimento recebido. Além das negras, esse cenário fica cada vez mais hostil para mulheres solteiras, indígenas e que vivem em regiões pobres.
 Em relação aos índices sobre a mortalidade materna de mulheres negras estar acima 65% das mulheres brancas, gostaria de colocar uma outra possibilidade de interpretação desse índice. Não necessariamente pode significar um preconceito institucional, visto que o Brasil é um país que ainda tem reflexos de seu passado histórico. Devido a situação de escravidão existente no Brasil a pouco mais de um século, onde negros eram analfabetos, sem direitos e oportunidade de estudo e trabalhavam em troca de comida, hoje ainda temos uma herança histórica na qual reflete na cor da pobreza e miséria brasileira. Ainda a maioria das pessoas que vivem na classe baixa e consequentemente tem menos oportunidade de estudos e empregos, são negras. Com minha experiência na área observo que pessoas de baixa classe social e pouca instrução (em sua maioria negras) tem menos facilidade de fazer o acompanhamento inteiro do pré-natal, de identificar doenças e / ou sinais e sintomas, de seguir os tratamentos prescritos com fidelidade. Isso se deve ao fato de muitas vezes não terem dinheiro para passagem, para comprar medicamentos, não saber ler o que dificulta a adesão ao tratamento. Por isso talvez essa relação de maior mortalidade materna na raça negra.
Então fica aqui um olhar diferente do ponto de vista abordado no texto tentando abordar mais uma possibilidade.

 SUS, parto normal e violência

mae_negra (1)
A extrema dimensão da violência levou a vida da Alyne e do seu bebê. Não raro ouvimos histórias de mulheres que sobreviveram, mas nem por isso deixam de trazer em seus corpos marcas de um parto violento. O temor justificado de sofrer nesse momento que deveria ser sublime ou da criança correr algum risco induz cada vez mais mulheres a procurarem um convênio médico ou clínica particular para dar à luz.
Quando parentes e amigos ouviam que eu estava grávida e não tinha convênio médico, as sobrancelhas de espanto e preocupação já se levantavam. Logo percebi que há uma associação direta na cabeça das pessoas entre realizar o parto no SUS e sofrer algum tipo de violência obstétrica.
Eu também fazia associação de violência obstétrica com o SUS, mas desde que atuo em uma maternidade da Rede Cegonha, pude mudar o meu olhar a respeito disso. Me surpreendi com a assistência prestada e humanizada e por isso hoje desejo muito que a rede cegonha alcance todas as maternidades no Brasil, e que continue funcionando como funciona, pois é um projeto considerado recente do governo Federal.
Mais tarde percebi o quanto o parto normal realizado pelo setor público se transformou em sinônimo de violência. E, por fim, parto normal ou natural virou um ato de agressão. Quando digo para algumas pessoas que quero parto natural, escuto com frequência:Nossa, quer sofrer?” ou ainda “Que coragem!”.
Ouvir isso de outras mulheres só mostra que a cultura do medo (a serviço de questões mercadológicas) está nos fazendo crer que somos incapazes de parir sem grandes aparatos médicos e intervenções. Minha avó teve nove gestações, o que ela diria ao ouvir que o ato parir virou hoje um ato de coragem?
Será por acaso que, a cultura do medo ao parto normal tem se instalado nos últimos anos? Será por um acaso que muitos médicos em seus consultórios particulares dizem para as mães que elas são muito corajosas por optarem em ter parto normal? Será por acaso que os médicos desencorajam os partos naturais; justamente os partos que não tem como eles marcarem e nem se programarem, ou que o fazem “perder” seu dia inteiro de trabalho?
Bom, parir no SUS pode ser considerado violento pelo uso de técnicas obsoletas, pela falta de respeito à vontade da mulher, pela não humanização do tratamento, pelo excesso de demanda, entre outras razões. E não por ainda realizar mais partos normais do que cesárias. Hoje 62% dos partos no setor públicos são normais e, no privado, apenas 20%.
O caso Adelir demonstrou que a autonomia e poder de decisão da mulher no momento de ter seu bebê estão sendo cerceados. Vale lembrar que a decisão da gestante sobre a forma de nascimento é um direito assegurado pela Convenção Americana de Direitos Humanos, da qual o Brasil é signatário.
Dados recentes divulgados pela Revista Póli [2], mostram que entre 70% e 80% das mulheres brasileiras tiveram seus filhos/as por meio de cesárias, mas desejavam ter partos normais. Segundo eles, apenas 48% das brasileiras conseguem parir seus rebentos.
 Chega de parto violento para vender cesárea!
O terrorismo imposto sob o parto normal é alimentado de maneira distinta no setor público e privado. Nos corredores do SUS dizem que a mulher vai ficar lá sofrendo horas a fio, até ter o parto via vaginal”. Nos hospitais particulares vão tentar convencer a gestante que a cesariana é menos perigosa e menos traumática para o bebê.
Evidente que há mulheres com histórias de partos tranquilos no SUS, mas, entre o sim ou não, as que podem, correm atrás de uma cesariana. É esse o cenário que temos hoje no Brasil: uma máquina de saúde que precariza ao máximo o serviço público – e com ele a chances de um parto normal de qualidade e sem violência – para valorizar os serviços prestados pela saúde privada onde vendem-se cesáreas aos montes. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil tem o maior índice de cesarianas do mundo: 52,3% dos partos. Uma taxa aceitável seria de 15%.
Na contramão desse processo, muitas mulheres buscam alternativas onde podem exercer seu protagonismo no nascimento do seu bebê e ter um atendimento mais humano.  Em São Paulo as duas únicas casas de parto existentes na cidade têm esse papel.
A Casa de Sapopemba existe há 15 anos. É a única ligada à rede municipal de saúde.  Sob o critério de atender gestantes de baixo risco que queiram ter partos naturais, a casa atende em média 20 partos/mês, segundo a Secretaria Municipal de Saúde. A ideia é criar mais oito unidades como essa na cidade.
A outra opção de parto humanizado e natural é a Casa Ângela mantida pela Associação Comunitária Monte Azul que fica na zona Sul da cidade. O acompanhamento pré-natal e parto são realizados sem custos para as gestantes que moram na região.
Foi lá que nasceu Iara Badu, de 1 ano de idade, filha da designer Nina Vieira.  Como eu, quando se descobriu grávida, Nina entrou de cabeça nesse universo de partos normais, naturais, humanizado, dôulas, etc. Decidi que um parto humanizado e natural seria o melhor para mim e para minha filha e logo vi que a própria estrutura de um hospital impossibilita essa humanização”, conta Nina que já na primeira consulta na Casa Ângela percebeu a diferença no tratamento. “A enfermeira perguntou o nome da criança, porque queria chamá-la pelo nome; ela pediu licença para tocar a minha barriga”. A mãe e o companheiro de Nina assistiram ao parto realizado por uma parteira e uma enfermeira.  Me senti completamente respeitada. Ninguém pediu para eu fazer força ou gritou comigo. Fui eu mesma conduzindo o ritmo do meu parto”.
No mês passado, quando perguntei para o meu médico o que ele achava sobre fazer meu parto numa casa de parto, ele me olhou com estranhamento, como se eu tivesse dito que gostaria de ter o meu filho num açougue na esquina de casa. Ele disse: Olha, sou um médico ‘antigas’ não tenho experiências com partos humanizados ou em casa”. Fiquei calada pensando o quão contraditório era aquilo que ele estava dizendo. Ele continuouPartos são imprevisíveis, em um momento está tudo bem e de repente acontece uma complicação”. Por fim, disparou: O importante é que vai nascer, não sei porque está tão preocupada com o como”.
Por terem uma formação intervencionista, muitos médicos engrossam o coro regido pela cultura do medo que apresenta a cesária como melhor opção.  Não sou otimista com relação à mudança de pensamento da comunidade médica, mas sou extremamente otimista sobre o poder de transformação advindo da circulação de informações que empoderem e encorajem a autonomia das mulheres de poder parir em paz.

[1] Dado Ministério da Saúde e IBGE.
[2] Número 33 de março/abril de 2014.
Concordo plenamente com esse último parágrafo, acredito muito no poder da educação e divulgação da informação. Em relação à mudança de pensamento da comunidade médica, também acredito que não haverá mudanças, porém consigo ver um futuro onde essa classe não terá mais tanta credibilidade da sociedade melhor informada.

sábado, 26 de julho de 2014

O Primeiro Choro



O PRIMEIRO CHORO 



SINOPSE

Dirigido por Gilles de Maistre, O Primeiro Choro é um documentário memorável sobre a celebração da vida. O filme desenrola-se ao longo de 48 horas, seguindo o percurso de várias pessoas reais à medida que os seus destinos evoluem e acabam por se cruzar num instante mágico e com uma ressonância universal: o nascimento de uma criança.

De Maistre oferece-nos aqui uma meditação fascinante sobre o significado misterioso do parto, através de 10 histórias de partos que ocorrem em torno do globo, do México ao Japão, da Sibéria a África, dos EUA a França. O traço comum a todos os nascimentos é a data de 29 de Março de 2006, data em que também ocorreu o último eclipse solar total que pôde ser observado de qualquer local do planeta.

Um filme de raro fôlego e ambição que de forma lírica celebra o mistério do nascimento e da vida.

Minhas considerações:

Achei bem interessante o contraponto que eles mostram no filme. Mostram partos humanizados, em casa, praia, piscina etc e mostram também cenas de parto hospitalizados. 
É surpreendente como que o impacto de sentimentos é consideravelmente distinto. Bebês separados das mães, com escritas na perna, mães sem acompanhantes, esparadrapos colados no corpo do bebê, várias mães parindo deitas numa mesma sala, médicos partejando e falando ao celular. A mudança de cenário causa um impacto chocante.
Outro ponto interessante é observar as diferentes tradições e costumes culturais envolvidos no nascimento, apesar de alguns costumes serem surpreendentementes bizarros ao nosso ver! Quero dizer, ao ver de quem é humanizado né, porque para muitos médicos virar de cabeça para baixo e bater no bumbum é "normal" (vide no minuto: 30'48) 
Importante notar a não necessidade de aspiração do bebê.
O nascimento é um evento único em qualquer lugar do mundo!
Outro ponto interessante é ver os motivos das diferentes culturas que levam a preferência do sexo do bebê.

Na parte que mostra a cesariana chama atenção a imobilidade da mulher, e à sua fala ao dizer que queria o filho perto dela. Ao nascer priorizou-se o exame do recém-nascido, mesmo que isso signifique afastá-lo de sua mãe, como infelizmente acontece muito hoje em dia.
Ao final do vídeo percebi que algo que me emociona muito é perceber que o parto pode não ser apenas da mulher, o pai pode e deve participar do parto e sentir a emoção junto. Ao ver os pais tão envolvidos percebo que isso mexe muito com a força da mulher.